Nada de vidro fumê, esquadrias de alumínio ou formatos bizarros. Em 1637, as varandas brasileiras chamavam-se alpendres que eram singelos telhados erguidos na frente das casas, no térreo, com vigas de madeiras e telhas de barro. Já era item obrigatório nas moradias nordestinas, como salas fechadas, arejadas por janelões, onde se cozinhava e as famílias faziam as refeições. Herdeiras diretas da arquitetura da Península Ibérica, as varandas brasileiras foram influenciadas pela engenharia moura que floresceu naquela região na Idade Média. Palácios árabes com pátios internos, ajardinados guarnecidos por corredores com arcadas.
Em Portugal, no século XVIII aparece nos conventos Franciscanos com o nome de claustro. Na mesma época aparece nas igrejas matrizes, embutidas nas fachadas, local para os pagãos. Era chamada de Galilé, por tendo vindo da Galiléia. Ao longo do tempo não só trocou de nome como de lugar. Em Minas Gerais, século XVIII, foram construídas nos fundos da casa protegendo as filhas e a mulher do assédio. Nos sobrados ou solares da gente rica, eram frontais e no segundo andar. São balcões ou sacadas, as primeiras varandas suspensas com peitoris de ferro batido rentilhado. Aparecem no baronato do café os terraços paulistanos em ferro e vitrais importados da Europa. Mais tarde, Oscar Niemeyer recriou a varanda em linhas modernas em torno dos Palácios do Planalto e Alvorada. É o último marco visível antes da exploração dos Quintais Pós-Modernos.
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